Ontem eu estava em um ponto de ônibus e chegou uma jovem senhora com um menininho de uns quatro anos,nossa! ao olhar a criança foi como se eu voltasse ao passado.Em suas duas orelhas haviam aparelhos auditivos e como disse lembrei-me do passado foi imediato e tive que conter-me para não chorar ali na rua.
Quanto sofrimento para o meu filho e minha família,ele jogava os aparelhos longe e não aceitava ter que usá-los e eu ali perdida sem saber o que fazer, sem contar que em pontos de ônibus as pessoas o olhavam como se ele fosse anormal e eu não aceitava que olhassem para meu filho com pena pois afinal ele era uma criança como outra qualquer a única diferença é que precisava de aparelhos para que pudesse ouvir melhor.
Teve uma vez em que estávamos dentro da condução voltando da fono[Paula], de repente minha atenção se voltou pra uma mulher com sua filhinha da idade do meu filho e a mulher tentava virar o rosto da menina que tentava olhar para o meu filho sem que a mãe permitisse, foi quando ouvi ela dizendo à menina que ele tinha problemas e que não era para olhar. Naquele momento eu tive vontade de xingar,dar uns tapas naquela mulher preconceituosa e ignorante como ela se achava no direito de rotular meu bebê como se tivesse uma doença contagiosa?
Confesso que não consegui segurar minhas lágrimas e elas fugiram não dos meus olhos mas sim da minha alma, quanta dor eu senti pois ele era meu e para mim ele era a criança que Deus havia me confiado seus cuidados. Eu preferia que ao invés daquela mãe na sua ignorância de esconder o rosto da filha, tivesse me perguntado o que quisesse e eu responderia sem problema algum.
Embora tenha se passado muito tempo eu ainda fico emocionada ao lembrar-me, Ali no ponto de ônibus ao ver o menino com seus aparelhos tive vontade de consolar a mãe mas eu sou doida mesmo pois de repente ela foi melhor instruída do que eu e deve lidar com a situação de uma forma menos sofrida.
Meu filho sofreu muito preconceito, engraçado na escolinha particular não houve problemas e sim na escola do estado quando entrou na 1ª série,ao brincar com os primos em casa ele sempre vinha chorando e dizendo que falavam bem baixinho para que ele não pudesse ouvir, eu dizia para que não ligasse e que ele tinha à mim para que pudesse brincar com ele.Eu errei e admito queria protegê-lo do mundo e não tinha esse direito,foi quando comecei a mudar o meu jeito de lidar com a situação e deu certo graças á Deus nós vencemos.
Superamos tudo e aprendi que não posso concertar o mundo mas posso mostrar que a vida será mais doce se tratarmos o diferente como igual, porque para Deus somos todos sua imagem e semelhança, não na aparência e sim na essência.
Hoje meu filho trabalha em uma empresa ótima, faz faculdade, vai pra balada e está realizando seus sonhos aos poucos e confesso que tenho um orgulho imenso por ser sua mãe, Deus colocou aos meus cuidados uma pessoa linda que tem um coração enorme e o melhor é que é despido de preconceitos.
É por isso que hoje eu digo à todas as mães que tenham um FELIZ DIA DAS MÃES!
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