domingo, setembro 05, 2010

Mesmo com os olhos abertos ainda vejo os fantasmas do passado


Eu sei que tudo o que escrevo hoje amanhã eu mesma poderei estar pensando de forma diferente,ando pensando muito em minha vida e cheguei a conclusão de muitos dos meus sonhos foram roubados de mim por algum motivo. Quando em criança o convívio com meu pai biológico foi tirado não só de mim como também de minhas irmãs mais velhas,fui uma criança frustrada e infeliz sempre estava com medo de alguma coisa na verdade vivia em pânico durante toda a infância, sou uma sobrevivente que veio de uma família que não estava pronta para receber tantos filhos.Um dos medos que tenho até hoje é de passar sobre pontes, de carro ou pé tanto faz e o motivo é que quando eu tinha uns sete anos mais ou menos e estávamos indo para o casamento de um parente ao invés de usarmos o ônibus meu padrasto nos fez atravessar uma ponte que com o próprio vento ela balançava pra lá e pra cá, eu via minhas irmãs atravessarem e quando estavam no meio da maldita ponte o meu padrasto segurava nas cordas e a balançava ainda mais por pura maldade.Quando chegou a minha vez eu chorei esperneei e não teve jeito ele ele era o próprio diabo em pessoa e sentia prazer em ver o medo estampado nos rostos das crianças e se encurvada de tanto rir e o pior é que a ponte era toda feita de madeira apodrecida e cordas e a impressão que dava era que poderia ceder à qualquer momento e quem estivesse em cima dela no momento, morreria fatalmente afogada e minha mãe ficava só olhando sem mover um músculo e as vezes eu acho que até ela tinha vontade de dar risada dos nossos medos,a água do rio Tiête ficava uns dois metros abaixo da ponte. Quando na adolescência eu tentei superar este medo e não consegui,tentei atravessar um desses arcos da Sabesp que tem ali em Osasco e apesar de ser bem alto eu só cheguei até o meio e me veio toda a cena do passado meu coração não me obedecia queria sair pela minha boca eu tentei não olhar para baixo mas foi sem sucesso resolvi que não era o momento para me libertar dos traumas do passado, voltei para trás e até hoje tenho o mesmo medo apesar de estar com 42 anos muitos fantasmas ainda me perseguem.Nunca submeti meus filhos ou o filho de alguém a uma coisa desse tipo, pois é um medo que se arrasta vida afora.[Era um alívio quando chagávamos ao outro lado do rio apesar de ainda estarmos chorando muito]

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