sexta-feira, janeiro 28, 2011

A peça na casa

Ontem tive o prazer de assistir um ensaio de uma peça teatral alternativa,é a segunda vez que participo de algo assim eu digo que participo porque você acaba sendo parte de um cenário.
Imaginem que foi apenas um ensaio e eu me emocionei demais,a peça tem o poder de te transportar para o seu passado e então você ri muito,eu chorei na parte dramática que mexeu com as minhas emoções e também chorei de tanto rir.Passa de uma cena para outra sem que você não se perca em seu entendimento mas eu Ainda sentia a emoção da parte em que a mãe espera seu filho chegar de madrugada e enquanto espera ela costura e uma tristeza muito grande em seu olhar,a face da mãe transmitia desesperança mesmo falando em tom suave e ao mesmo tempo firme à mim passou o sentimento de exaustão, ser forte sem saber de onde tirar forças.Você está emocionada e tentando secar lágrimas teimosas que insistem em rolar pela face, quando começa uma cena engraçada e você nem seca mais os olhos e se deixa levar dando muita risada.
A peça mostra momentos de perda e os jovens como nós na nossa época, não sabem lidar com isso e com certeza tentarão, mas mesmo depois que nos tornamos adultos ainda sofremos por não saber lidar e simplesmente fingimos saber tudo quando na realidade o tudo é quase nada.
Também a mãe que na sua simplicidade tendo um lenço amarrado em sua cabeça e um chinelo de dedos muito maior que o tamanho de seus pés,eram atores mas esta mãe do Thiago me fez perceber uma dor em sua alma,um sofrimento muito maior de que se pode explicar,ela nem imaginava que teria o filho preso um dia, ao saber da morte do avô a quem tanto amava
ele queria apenas encher a cara e caiu numa cilada do destino usou bebida batizada,agarrou na garganta de uma pessoa e quase a matou sem ter noção do que fazia ,mas só sentia a dor da perda e imaginem a
dor da mãe que perdeu o pai, agora tem seu filho preso enjaulado
por não ter sabido lidar com uma perda.
No início já se trata de como é mais ou menos a vida do ser humano,as fases que temos que passar e as coisas mais belas da vida começa talvez na infância ou não,é na infância que se prepara pessoas e é por isso que algumas são mais fortes e outras menos.
A cena do banheiro e´muito boa,demais mesmo é a cena do carro com cinco pessoas nele e quando ele começava com o TEC TEC TEC mais ou menos isso, motor meio que falhando de um carro velho cheio de vida nova dentro dele.Só mesmo assistindo pra saber.
O elenco está de parabéns,os atores nos passam a verdade daquilo em que estão apresentando em alguns momentos eu fui até a minha infância e voltei,também viajei pela minha adolescência e me reconheci nas Carolinas.Ficou a certeza pra mim de que mesmo crescidos a gente guarda lá no fundo do baú a criança que fomos um dia e sempre que for necessário ela reaparecerá.
Eu sai de lá muito feliz e sentindo muita leveza em minha alma.

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